segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Um livro a meia luz

Incontáveis horas adentro,a meia luz... as folhas amassadas divagam os meus dizeres, as palavras são leves, preenchidas de vida, uma vírgula separa meu pensamento do próprio tempo, um parágrafo novo me leva ao horizonte e um ponto final tornou meu fim em uma nova historia. Aquela nossa melodia acalma e embala o tom da prosa. O céu é negro, mas a lua me ilumina enquanto procuro palavras em meu coração, sem sono me pus a sonhar acordado oh moça sonhadora. Alguns anos passaram pela rua que era nossa, mas não me permiti lançar cartas ao mar quando você partiu ao longe do toque de minhas mãos, não encaixotei e cataloguei nossos momentos,por que isso faria sumir a minha existência, a minha sina e seguir o meu coração que pulsa mais que a razão, que me deixa frágil ao sussurrar de seu nome, enquanto disfarço minha saudade de você. Eu continuo andando, mas meu destino traçado a seguir em frente sempre acaba me levando até o lado de fora da sua janela, e a observo tão linda e serena como no momento que a tive em meus braços, ah o que eu não daria pra ver de perto aquele sorriso, pra sentir aqueles olhos que me olhavam com amor. Me lanço a cultivar loucuras, e ainda amando você ando por debaixo das lágrimas do nosso fim, mas, mas não me atrevo, eu sei que não posso dar mais nenhum passo ate você e no último segundo a razão ganha a batalha e me força a deixá-la ali com seus sonhos, pois mesmo isso rasgando meu peito, eu anseio o melhor para seus passos, não seria justo de minha parte esmigalhar seus novos sonhos mesmo sonhando em fazer parte deles. Me resta todas as noites antes de dormir esconder que sinto seu toque a meu redor e do cheiro do teu cabelo em meu travesseiro. Sei hoje que sou o mais triste mortal, sem saída em um labirinto criado pelas minhas emoções, duelo dia após dia pra definir o que você significa pra mim e quem sabe entender esse tipo de amor que tudo entrega e mesmo não recebendo nada se mantem puro em essência ao simples toque de seu retrato, mas não moça sonhadora eu não retrataria você em um mero filme que revelaria sua história mascada deixando a interpretação a quem não conhece seus medos suas angústias ,que não reconhece um sorriso sincero seu, que não sentiu seu coração batendo como eu senti, mas eternizaria sua história e quem tu eis em mil páginas de um livro com algumas folhas em branco ao final,o leitor entrando de corpo e alma na sua visão do mundo,que pinte o nas mesmas cores,que o arquitete em suas mesmas formas, que flutue em seus pensamentos, e ao se deparar com algumas folhas em branco entenda que afinal todo fim ainda e um novo começo. Algumas páginas em branco eram tudo de que eu precisaria oh moça sonhadora, mas receio que sai de cena em algum momento da pagina 500 ou 501. Um livro único, de inimagináveis significados, jamais em uma estante qualquer, mas sempre aberto em minha cabeceira de cama a meia luz de meu abajur.

Agnaldo Luiz Karch Pereira

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