quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Para Julieta, do século XXI


Perdi as horas e a quantidade de pensamentos. Quanto tempo é necessário para se encontrar o amor, simplesmente descobri-lo ou quem sabe até desvendá-lo? Por quanto tempo fugiremos da saudade que sentimos ou escolhas de outros caminhos ao invés daquilo que queremos. Facilidades em torno das nossas fragilidades. Vivemos de amor, almejamos a cada minuto em cada passo em busca de felicidade.
Por anos falamos de amor, mas será que realmente o sentimos? Ou seria mais fácil amarmos sua beleza ao invés do sentimento que nos preenche de vida. Anos e anos e eu passei pelas margens de paisagens inimagináveis, em palácios jamais vistos e me apaixonei por donzelas de outrora. Eu não me iludo, o mundo não mudou, quem mudou foram as pessoas, onde a princesa e o plebeu de amor puro e real são guardados em prateleiras empoeiradas e o príncipe ao invés de procurar por todo reino em busca da dona do sapatinho de cristal se diverte com “as erradas”.
O que diabos estamos fazendo? A quem estamos enganando? Ser chamado de ignorante por achar eterno todo tipo de amor não me tira o sono, não porque eu li, porque eu o vi, mas porque isso esta gravado feito uma maldição. Um grande amor sempre terá dois lados da moeda e uma explosão de certos, errados, erros e acertos.
Mas não joguemos tudo para o alto e não deixemos que o amor carregue toda a bagagem, se sua vida for 99% de razão, seja racionalmente apaixonante, se for 99% paixão, seja perdidamente apaixonado pelo amor que você possui, o 1% que resta são de erros mancadas e defeitos para que se lembrem que somos imperfeitos, para que saibamos partilhar desse comum e que quando tudo isso vir a tona e tudo estiver ruim, quando você desejar que o dia não amanheça, você complete isso com o que tem de melhor, o que ninguém pode oferecer, você. Não, essa não é a fôrmula do amor perfeito, mas se cada um ama de um jeito posso ao menos imaginar que o meu amor por alguém seja puro e real, mesmo que imperfeito.
Pelo tempo e através dele ando perdido entre pilhas de livros e meu café ligeiramente amargo, eu enxergo, me observo, sinto o aroma da estação, a brisa do velho e a ventania que trás consigo a boa nova, embarco no trem, espero no ponto de ônibus, saio andando na chuva, salto desse avião, capturo a mais longínqua estrela, me ponho a sonhar na luz do luar, espero através da madrugada o dia que nasce, para novamente voltar e colocar os pés no chão, afinal acredito que amor não é uma viajem sem destino, onde partimos e chegamos, mas um ponto de encontro que nos achamos diariamente entre milhões de pessoas na multidão.

 Agnaldo Luiz Karch Pereira

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